O que é ESG e qual a sua relação com uma gestão de frotas responsável

As empresas conscientes já perceberam a importância de incluir a sustentabilidade como pilar efetivo no negócio. São para essas organizações que surge um novo modelo de atuação empresarial: o ESG. Esse parâmetro busca alinhar responsabilidade, produtividade e eficiência. 

Vamos juntos aprofundar nesse tema, esclarecer esse conceito, definir quais são seus pilares e como ele se torna uma ferramenta estratégica nas organizações, especialmente para a gestão de frotas. Acompanhe abaixo e tenha uma boa leitura! 

O acrônimo ESG vem da língua inglesa e refere-se a Enviromental (Meio ambiente), Social (Sociedade) and Governance (Governança). Trata-se de uma tendência global de posicionamento de empresas conscientes frente aos desafios da sociedade contemporânea. 

A terminologia ESG não é novidade. Embora a base do seu conceito venha das décadas de 1960 e 1970, ela só foi consolidada em 2004.  

As raízes do conceito surgiram meio a reprovação dos estadunidenses a respeito da Guerra do Vietnã, no final de 1960. Alguns investidores, guiados pelo senso moral, disseminaram em suas empresas parceiras tais diretrizes como forma de reforçar uma nova compreensão de mundo. 

Somente em 2004, o termo foi oficialmente citado, em uma publicação do Pacto Global, em parceria com o Banco Mundial, com o título: “Who Cares Wins” (“Quem se importa, ganha”). 

Em 2007, para consolidar de vez a nova terminologia, surgem os green bonds (“Títulos Verdes”), que são títulos emitidos a empresas com o objetivo de captar recursos especificamente para o aprimoramento ambiental. Atualmente, o conceito se tornou um importante índice, identificando as organizações mais conscientes e responsáveis. 

Dessa forma, o índice ESG se firma no ambiente corporativo como sendo um conjunto de padrões e boas práticas que visam definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada. 

O índice ESG é definido por três fortes pilares. Vejamos abaixo cada um deles em detalhes: 

Ambiental 

O pilar ambiental deve considerar como a empresa se comporta em relação a responsabilidade com o meio ambiente. Para isso, a organização deve realizar alguns parâmetros que evidenciem essa atitude responsável. Podemos citar alguns:  

• Como se dá a gestão de resíduos? 
• Qual a política de desmatamento adotada? 
• Qual a estratégia sobre o uso de fontes de energia renovável? 
• Qual o posicionamento da empresa sobre as questões climáticas? 
• Como é o manejo das terras que possui? 
• Quais ações efetivas adotadas impactam a biodiversidade? 

Social 

Quando falamos de questões sociais, um leque enorme se abre! As empresas devem estar atentas a como se comportam enquanto seres sociais e principalmente como contribuem para que a evolução da sociedade seja harmônica e igualitária. Abaixo alguns posicionamentos cobrados nesse pilar: 

• Como o bem-estar dos colaboradores é regulado? 
• O salário praticado está dentro do esperado no mercado? 
• Qual a qualidade dos benefícios concedidos ao colaborador? 
• Qual a taxa de rotatividade de colaboradores? 

• Como é o relacionamento com os fornecedores? 
• Existem indícios de trabalho escravo ou infantil? 

Governança 

O pilar da governança diz respeito a questões administrativas da organização. Esse fundamento é baseado em como a gestão executiva e o conselho administrativo entendem e respondem aos diversos interesses (colaboradores, clientes, fornecedores, acionistas) em torno do seu propósito enquanto negócio. 

Dessa forma, algumas questões são avaliadas: 

• Como se dá a transparência contábil e financeira? 
• Os relatórios financeiros são completos e honestos? 
• Como acontece a remuneração dos acionistas? 

As empresas que aderem ao índice ESG mostram uma preocupação efetiva com seus colaboradores, com o mercado e com o mundo. 

Especificamente para o setor de transportes, ao qual a gestão de frotas se insere, o compromisso com os pilares do índice deve ser primordial.  

Isso porque 20% das emissões de gases globais de CO2 são oriundos desse segmento, o que deve colocar a categoria como protagonista de ações em defesa ao meio ambiente. 

Porém esse compromisso não pode se limitar apenas à narrativa, uma vez que a prestação das métricas que integram o relatório do índice ESG é bastante criterioso. 

Nesse sentido, as organizações vêm se adaptando às exigências do índice, incorporando a essência ESG em seu propósito corporativo, incluindo missão, visão e valores. 

Os desafios ainda são muitos para que o conceito ESG esteja de fato na prática das empresas. Muitas corporações ainda não conseguem acompanhar de forma abrangente os seus próprios resultados de ações implementadas nos âmbitos de sustentabilidade, social ou governança. E isso gera muitas dúvidas na compreensão se estão ou não cumprindo as exigências de parâmetros do índice. 

Cabe às empresas criarem a própria estratégia sobre como vai acontecer o seu desenvolvimento, amparada nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).